quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mudança de planos

O Fertilidade Racional, aos 6 anos de idade, encerra suas atividades e começa a funcionar em outro endereço: http://osassaricando.blogspot.com.br/
O blog continuará no ar, pois se trata de um registro muito pessoal. Mas não haverá postagens novas.

Alguns textos daqui aparecerão lá, além de outros assuntos e pontuações.

Agradeço as visitas e os comentários e, se for do interesse, continuem acessando o meu novo espaço.
A mão e a mente são as mesmas que trabalhavam aqui.


;)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Na minha época...


Estava pensando sobre essa reclamação sem fim que assola nossa geração.
E eu não falo das postagens sobre segunda-feira, calor, frio, metrô cheio, torcedores, boicota SP...
Falo sobre o que eu me pego reclamando com os amigos no bar de quinta-feira e o que meus amigos reclamam para mim no domingo de ressaca.


O pessoal dos 20 e poucos de hoje enfrenta um mercado de trabalho muito mais exigente, tendo como base um estudo que deixa a desejar fazendo com que fiquemos malucos por cursos e mais cursos e mais faculdade, pós, mestrado, doutorado...
Existe uma pressão sobre a independência. Antes, saíamos de casa quando casávamos, hoje é meio estranho você – mesmo sendo solteiro – morar com seus pais depois dos 25.
Tem o lance de você só ser alguém se você namora, na visão da família. Não importa se você está em um velório, um aniversário, casamento ou chá de qualquer coisa, sua tia vai sempre perguntar “cadê o namorado (a)?”. Às vezes me pergunto se eu existo mesmo como ser humano individual ou só existo quando estou de mãos dadas com alguém.

E como se não bastasse – e isso é uma coisa que sua família não entende – tem a problemática de você encontrar alguém. Tem tanta gente maluca no mundo que está cada vez mais difícil dormir de conchinha.
Você pode conhecer o cara há meses, mas ele pode ser um psicopata e te matar enquanto você dorme. As pessoas se conhecem na internet mas não saem na vida real porque não sabem se voltarão piores do que saíram de casa, já que na internet todo mundo é legal. (ou chato, reclamão, fanático...)
É muito provável que mediante a tanta dificuldade, encontremos um jeito de mudar isso e facilitar para a próxima geração, que provavelmente dificultará para a próxima – já que vão achar que tá tudo muito banal – e  assim por diante.
Os nossos pais nos protegeram mais, facilitaram as coisas para nos darmos bem na vida mas ao mesmo tempo, o papo de ~na minha época~ sempre aparece para te cobrar uma postura diferente.
Talvez se a geração anterior fossem os reclamões da vez, estaríamos dificultando as coisas e não reclamando para os amigos.

Isso me faz lembrar da época da escola. Às vezes, na aula de educação física o professor dividia a sala em números 1 e 2, por ordem de chamada. Quem fosse número 1, descia para a quadra. Os outros jogavam xadrez.

Na seleção da vida, também me deram o número 2.
E eu odeio xadrez.

terça-feira, 14 de maio de 2013

GRINDR

Que a internet já substituiu o contato físico, é fato. Assim como substituiu o almoço casual entre amigos que trabalham próximos, a festa que reúne os amigos do colégio e o cinema como pioneiro em primeiros encontros.
Para que sair de casa se você tem um meio de "encontrar" todo mundo, ao mesmo tempo e de pijama?
É irresistível, cômodo e evita a fadiga.
O problema é que isso fez com que as pessoas se afastassem cada vez mais.

Mas há quem usa a internet e todas as suas maravilhosas ferramentas para fazer justamente o contrário. 
O aplicativo Grindr (para celular) é uma rede social onde ninguém compartilha foto de cachorro estrupiado. Nem imagem de natureza com frase do Caio Fernando Abreu. 
As pessoas que aparecem para você são as que estão próximas de você fisicamente (km), ou seja, o aplicativo é um facilitador de encontros repentinos. 
Você está em casa, ativa o grindr e vem uma pessoa que está em um raio de 3 kilometros de você e te chama para, sei lá, comer uma pizza. Você olha o perfil, se curtir, vai.
Simples assim.
Uma pena que só há um público que saiba realmente aproveitar dessas maravilhas.

Os gays são incríveis! São desprendidos, se jogam nas possibilidades e por isso estão sempre rodeados de pessoas interessantes.
E antes que digam que eles são assim por conta da promiscuidade, já adianto que conheço muuuitos casos de encontros que não deram em nada. Foram lá, beberam uma cerveja, falaram da vida e cada um foi para o seu lado. E voltaram dizendo que valeu a pena, afinal o papo foi super agradável.

Não sei porquê temos esse receio de usar esse tipo de recurso. Se a internet é para aproximar pessoas de pessoas e de informações, porque não fazer jus ao objetivo?
Tudo bem que há no mundo um monte de gente maluca, mas pode ser que as pessoas estejam apenas querendo se abrir a outras possibilidades, outras conversas, outros rostos.

Sinto uma inveja enorme dos gays. Desse ímpeto sem receio de se abrirem para o novo.
Talvez seja por isso que há tanta gente passando para o lado de lá.