quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Como seria?

Não estou na melhor fase da minha vida nesses últimos meses e semana passada tive dias de cão.
Na quinta-feira, após uma série de fatos que acentuaram isso, pensei no meu pai e tive vontade de chorar.
Eu não converso com muita gente que já perdeu pai ou mãe, mas tenho a leve impressão que uma coisa sempre passa na cabeça dos órfãos: Como seria se ele/ela estivesse aqui?
Quinta foi assim. Na verdade eu sempre penso que se ele estivesse aqui, as coisas não seriam como são. Minha vida seria muito diferente.
Dois motivos que me apertam muito a falta dele: minhas vitórias e minhas dificuldades.
Parecia que com ele nada era ruim, tudo se resolvia, para tudo ele dava um jeito e sempre ficava tudo bem.
E eu tenho a implicita mania de fazer as coisas para que sintam orgulho de mim. Não todas, mas a maioria delas. E na hora de contar uma super boa novidade ou agradecer à algo que conquistei, me falta ele lá para me ouvir.
Eu tenho minha mãe, minha irmã, amigos e tal para estar apoiando sempre, mas ainda falta aquela peça, sabe?

Quando penso que ele não está mais aqui, me dá muita vontade de fazer uma mudança muito brusca na minha vida, dar um giro de 180º.
Daí, penso na minha mãe e hoje eu vejo que, por mais que ela reclame da minha ausência, eu sou a companheirona dela; assistimos tv juntas, almoçamos, jantamos e discutimos assuntos atuais como se fossemos colegas de quarto, mas com amor maternal.
É foda.

Hoje voltei para o meu antigo emprego. Não sei se estou feliz ou só estou agradecida por terem lembrado de mim quando precisaram.
É estranho começar algo que não reserva surpresas, que nada é novo e tudo é previsível. A vida perde a graça nesses momentos.

Paralelo a isso, estou lendo o livro da @poalli, o Vacaciones.
Comecei ontem e to curtindo. Cogitei continuar lendo-o madrugada a dentro e vir virada para o trabalho, mas preferi guardar um tanto de divertimento para os dias que seguem.
Ele tá me ajudando a sair do foco. Tá sendo uma fonte de entretenimento e me ajuda a não pensar muito na situação atual. Esse é um jeito mais sutil de assumir que eu fujo de algumas coisas com preguiça de enfrentá-las.

Enquanto nada muda, vou jogando com o que tenho hoje.

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