Pensei esses dias sobre todas as histórias de amor que poderia ter vivido e não viví. Foram tantos os motivos que me impediram de vivê-los...
Talvez por que o destino não quis;
Porque Deus não quis;
Porque eles não quiseram;
Porque eu não quis.
Lembrei do garoto do colégio, que me ligava e eu era muito nova; do garoto do ônibus que trocávamos olhares e nunca passou disso; do outro garoto do colégio que não era muito bonito; do da natação, de Berlin, do hostel no Rio de Janeiro...
Penso nas histórias incríveis que poderia ter vivido com eles e não viví.
Poderia ter tido a coragem de descer no mesmo ponto, de iniciar uma conversa, de abrir uma cerveja ou abrir o jogo.
Podia, mas não fiz.
E seria mais fácil transportar a culpa para eles, mas passei da idade.
E também porque ninguém está me julgando por isso, a não ser eu mesma.
Me julgo porque hoje sinto falta de não ter mais histórias.
Queria encontrar, durante uma arrumação no quarto, um papel de bala com uma data, ou um bilhete com um telefone que não existe mais ou até mesmo quem sabe uma foto de polaroid de dois adolescentes vendo o sol nascer deitados na grama de uma praça qualquer.
Das coisas que compõem minha vida, as que mais fazem falta são exatamente aquelas que foram arquitetadas, sonhadas, idealizadas e nunca vividas.
Ainda.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
Mãos
Durante um curso de redação publicitária que participei foi proposto um exercício onde devíamos dar a mão esquerda a pessoa ao lado enquanto descrevíamos a sensação que aquilo causava.
Não me recordo muito o que escrevi no momento, mas me lembro que queria muito perguntar a história daquele homem. Não tinha uma razão especial para isso, mas é que eu sempre quero saber a história das pessoas que conheço. Tenho imensa curiosidade de saber de onde vieram, como chegaram até ali e entender porque cruzaram meu caminho.
Após o último dia de aula, relembrando tudo que vi no curso, lembrei do exercício e comecei a me perguntar porque eu gosto tanto de saber sobre as pessoas que, de um jeito ou de outro, me relaciono.
Cheguei a conclusão de que isso é reflexo das tantas vezes que ouvi meu pai contar sua história, os caminhos pelos quais percorreu me mostrando que as pessoas podem ter uma boa vida independente do sobrenome que carregam.
Me lembro de uma vez, quando ainda era criança, que minha mãe conversava com uma amiga falando sobre meu pai. Na ocasião, me intrometi na conversa e fui mostrar orgulhosa uma faca que meu pai havia feito. Era só uma faca e eu tinha orgulho daquilo.
Meu pai foi muito além disso. Chegou a criar uma máquina gráfica (daquelas que fazem calendários com imagens e os comércios distribuem no fim do ano). Ele desenhou a máquina, as peças, desenvolveu a engenharia e produziu tudo.
Sem perceber, vez ou outra, estou contando a história dele, que faz tão parte da minha, que me sustenta, me orgulha e me dá suporte para seguir em frente.
É uma pena saber que se um dia eu tiver filhos, meu pai não os conhecerá.
Mas farei questão de apresentar-lhes o grande avô que eles têm, através das tantas histórias que contarei envoltas por um misto de amor e de saudade.
Não me recordo muito o que escrevi no momento, mas me lembro que queria muito perguntar a história daquele homem. Não tinha uma razão especial para isso, mas é que eu sempre quero saber a história das pessoas que conheço. Tenho imensa curiosidade de saber de onde vieram, como chegaram até ali e entender porque cruzaram meu caminho.
Após o último dia de aula, relembrando tudo que vi no curso, lembrei do exercício e comecei a me perguntar porque eu gosto tanto de saber sobre as pessoas que, de um jeito ou de outro, me relaciono.
Cheguei a conclusão de que isso é reflexo das tantas vezes que ouvi meu pai contar sua história, os caminhos pelos quais percorreu me mostrando que as pessoas podem ter uma boa vida independente do sobrenome que carregam.
Me lembro de uma vez, quando ainda era criança, que minha mãe conversava com uma amiga falando sobre meu pai. Na ocasião, me intrometi na conversa e fui mostrar orgulhosa uma faca que meu pai havia feito. Era só uma faca e eu tinha orgulho daquilo.
Meu pai foi muito além disso. Chegou a criar uma máquina gráfica (daquelas que fazem calendários com imagens e os comércios distribuem no fim do ano). Ele desenhou a máquina, as peças, desenvolveu a engenharia e produziu tudo.
Sem perceber, vez ou outra, estou contando a história dele, que faz tão parte da minha, que me sustenta, me orgulha e me dá suporte para seguir em frente.
É uma pena saber que se um dia eu tiver filhos, meu pai não os conhecerá.
Mas farei questão de apresentar-lhes o grande avô que eles têm, através das tantas histórias que contarei envoltas por um misto de amor e de saudade.
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