Pensei esses dias sobre todas as histórias de amor que poderia ter vivido e não viví. Foram tantos os motivos que me impediram de vivê-los...
Talvez por que o destino não quis;
Porque Deus não quis;
Porque eles não quiseram;
Porque eu não quis.
Lembrei do garoto do colégio, que me ligava e eu era muito nova; do garoto do ônibus que trocávamos olhares e nunca passou disso; do outro garoto do colégio que não era muito bonito; do da natação, de Berlin, do hostel no Rio de Janeiro...
Penso nas histórias incríveis que poderia ter vivido com eles e não viví.
Poderia ter tido a coragem de descer no mesmo ponto, de iniciar uma conversa, de abrir uma cerveja ou abrir o jogo.
Podia, mas não fiz.
E seria mais fácil transportar a culpa para eles, mas passei da idade.
E também porque ninguém está me julgando por isso, a não ser eu mesma.
Me julgo porque hoje sinto falta de não ter mais histórias.
Queria encontrar, durante uma arrumação no quarto, um papel de bala com uma data, ou um bilhete com um telefone que não existe mais ou até mesmo quem sabe uma foto de polaroid de dois adolescentes vendo o sol nascer deitados na grama de uma praça qualquer.
Das coisas que compõem minha vida, as que mais fazem falta são exatamente aquelas que foram arquitetadas, sonhadas, idealizadas e nunca vividas.
Ainda.
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