sábado, 30 de agosto de 2008

O frio, a noite, a solidão.

Não é o frio.
Ou é o frio.
Mas não o frio do tempo, do vento, do arrepio.
O frio do vazio, do espaço não preenchido.
A solidão.
Anda-se de um lado para o outro e encontra-se com muitas pessoas desconhecidas, mas ainda assim se está só.
Senta-se sozinha no balcão de um bar e bebe algo para tontear e tentar, por alguns minutos ou talvez horas, preencher o espaço que ocupa por dentro.
E se visse tantos outros bares com tantas outras pessoas sozinhas sentadas em balcões, pedindo bebidas, acendendo cigarros e olhando para o celular, esperando receber uma ligação, mensagem ou coisa assim.
Tantas pessoas que pensam em como foi o dia, e depois, em como foi a vida.
Pensando no emprego que perdeu, no emprego que não conseguiu.
No namoro que acabou, ou na chance que não foi aproveitada.
Entre tantos caminhos que se perdem, nos passos que levam à qualquer lugar.
Nas alianças que saem dos dedos para serem jogadas na rua, nos bueiros, nas praias, nos rios ou pelas janelas.
Nas alianças jogadas no esquecimento, no arquivo morto da mente.

Naquela noite, andou-se por caminhos mais longos para passar o tempo.
Naquela noite, entrou-se de bar em bar para ocupar a mente.
Naquela noite muitas lágrimas cairam, e o coração secou por algum tempo.
Naquela noite, acendeu um cigarro para acentuar a sensação do vazio.

Nesta noite, decidi não dormir.
Nesta noite, decidi escrever.

That´s all Folks

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Numa onda diferente.

Não se pode saber de todas as coisas.
Na verdade ao invés de saber, eu não sei.
Muito mais sincero e verdadeiro assumir que não sabe.

Não sei como será amanhã,
Não sei como será a noite,
Não sei como será daqui a uma hora.

Não sei lidar com a dor,
Não sei não sentir saudades,
Não sei não pensar em quem não deveria.

Não sei se vou me apaixonar de novo,
Não sei se quero me apaixonar de novo,
Não sei se apenas estou tentando ser forte.

Não sei quem sou,
Não sei me definir,
Não sei pra onde vou,
Só sei que sou assim.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Longo Caminho

Enquanto não consigo me inspirar para escrever, só pra deixar atualizado.
Do nada essa música me veio a cabeça, e algumas coisas batem. Foi um longo caminho...

Longo Caminho - Os Paralamas Do Sucesso
Composição: Herbert Vianna

Foi um longo caminho até aqui
Um dia longo agora chove
Como uma canção sem fim
Como uma voz ao telefone
Eu vivo tão só
Tão só

Há dias de prazer e dias ruins
Já não sou mais quem era antes
Há algo de você ainda em mim
Como uma música distante

Eu vivo tão só
Tão só

Quantas canções vieram antes
Quantas há por vir
Quantos amores errantes
Por onde eu me perdi


E a noite cai
E o tempo vai
E a vida traz você aqui

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Diálogo

- E de resto, está tudo bem?
- Sim, tudo bem... O pessoal que está pesando na minha aqui.
- Pesando como?
- Estão me zuando porque cheguei cedo hj. Pq eu saí ontem e vim direto.
- Nossa, saindo no meio da semana?
- É né, tenho que aproveitar, enquanto eu aguento. Não tenho ninguém pra encher meu saco mesmo.
- É verdade, esse é o lado bom. Mas uma hora vai sentir falta.
- Ou não, acho que não vou sentir não. Pelo menos não sinto.
- Ah, sei lá, acho que você vai sentir sim.
- Então, acho que é isso... A gente se fala, obrigada!
- Obrigada você.
- Tchau.
- Tchau.

Eu minto. Quando necessário ou quando meu instinto escorpiano se aflora e me faz orgulhosa demais para admitir certas coisas.

That´s All Folks!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Delírios.

Aquilo que me limita lá fora, me instiga aqui dentro.
Me faz buscar por palavras, pessoas e atitudes que não preciso ter, ver e ouvir.
Aquilo que me limita, me enraivece, me transtorna, me deprime. Porque ainda que me sobra vontade, me falta força.
Ainda que nego o desejo, ele me consome.
Ainda que nego a falta, ela está presente.
Ainda que nego o vazio, ele me preenche.
Ainda que nego você, te quero.
Ainda que você não exista, existe em mim e existe em algum lugar por aí.

“Como dizer adeus para uma pessoa que você nunca imaginou viver sem? Eu não disse adeus... Eu não disse nada. Apenas fui embora.”(Elizabeth, personagem de Norah Jones em "Um beijo roubado")
p.s.: "negrito" retirado de um blog maneiro. - verbotransitivo.blogspot.com
O texto é de minha autoria.


That´s All Folks.

domingo, 10 de agosto de 2008

Fatos.

De uma coisa eu tenho certeza:
Somos colocados em prova quando menos esperamos e/ou quando mais precisamos.
A gente dá voltas, foge, evita mas sempre acaba tendo que se deparar com coisas (e pessoas) que nos fazem resolver assuntos que pensamos ter resolvido mas que sempre tem aquela frase que não foi dita, aquela pergunta que não foi feita, aquela resposta que não foi dada.
As vezes é difícil. Encarar algo que se teme é muito difícil.
Mas quando acontece sem que sejamos "pré-avisados", flui. E todo aquele fantasma que criamos não passa de sombras feitas à mão.
A sensação do após é uma delícia.
E o melhor, parece que a partir dalí as coisas fluem de uma forma mais positiva, mais feliz.

As mudanças chegam na hora certa e vem tudo de uma só vez.
Não basta acreditar num sonho, tem que correr atrás.
Não basta querer que as coisas aconteçam, tem que dar oportunidade para isso.
E vale a pena. Sempre vale a pena.

That´s all Folks.