terça-feira, 16 de junho de 2009

Frederico em "12 de junho"

2009. 12 de junho.

Desculpe se a letra ficar um pouco tremida, meus dedos estão duros de tanto frio que faz lá fora e igualmente aqui dentro.
Queria sair para dar uma volta por aí, mas hoje é um dia insuportável para se sair na rua. Sei que não vou suportar esbarrar com casais apaixonados por todos os lados, estando eu com as mãos no bolso e sem você ao meu lado.
Então, preferi ficar aqui, nesse cômodo gelado, martirizando-me por pensar em você durante todo o dia.
E por falar nisso, onde você está agora?

(...)

Já vi que na sua casa não está.
Talvez andando de braços dados por aí com alguém interessante ou alguém que seja suficientemente infeliz para querer estar do seu lado um dia desses.
O quê? Você se considera uma companhia agradável? Ah, faça-me o favor!
Agüentar você e seus passos curtos, insistindo em observar tudo ao redor e pior que isso, comentar sobre tudo o que está vendo, definitivamente não é nada agradável.
Me desculpe, mas que a verdade seja dita.
E fora que você adora usar aqueles casacos grossos que fazem seu braço pesar 10 kilos a mais que o normal. Eu costumava adorar o frio, comecei a odiar por sua causa.

(...)

Você lembra do ano passado? Sempre que lembro sorrio.... Mesmo não sabendo porque.
Você não tirou da cabeça a idéia de tentar ir à um motel. Levando uma bagagem enorme com pétalas, velas, vinho e todas aquelas bobagens. Como se você fosse a única a ter essa idéia bem no dia dos namorados.
Fiquei possesso com isso! Você sabe. Fui até um pouco grosseiro. Mas estava sem paciência.
É, pensando bem, eu que estraguei tudo.
Desculpa, mas também pô... Desculpa.
Eu não devia ter agido daquela forma.
Talvez se não tivesse feito assim, estaríamos juntos este ano. E este quarto não me pareceria tão grande quanto agora. Tão grande....

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