segunda-feira, 10 de maio de 2010

Antes do traço.

Os dias nublados parecem ser feitos para mim. Acho que olham para mim e me desenham no dia que é cinza, mórbido e triste.
O chão que eu piso é gelado. É uma das coisas mais excitantes dos dias de frio: písar no chão gelado com os pés descalços que me faz ter pontadas na cabeça. Adoro sentir isso. Um dos poucos prazeres da vida.
Quando vejo, as pontas dos meus dedos já estão roxas e duras, nem as sinto.
Não existe sensação melhor do que não sentir. Queria mesmo é não sentir mais nada. Não sentir mais essa dor que insiste em apertar meu peito, que me consome, me sufoca e me mata aos poucos.
Mate-me dor! A morte pode ser uma experiência incrível.
É em vão. Assim como tudo que vivo, tudo que falo e faço.
É o vão entre a porta e o sofá, o vão entre a sala e a cozinha. O vão entre meu coração e meus sentimentos. O vão é vão, em vão.
Seria tão bom se eu pudesse apenas me apagar dessa vida. Não faço diferença nenhuma, eu sei.
Já sou uma luz que não brilha mais há tanto tempo, então pra quê viver?
Preciso, pelo menos uma vez, tentar dar um jeito nisso. Não existe mais razões para continuar.

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