domingo, 30 de janeiro de 2011

Confesso.

Há na verdade várias idéias na cabeça, muita coisa para ser escrita, mas há, junto com as idéias, uma preguiça imensa.
Sendo assim, posto esta, que descobri hoje assistindo 'The Back-up Plane', que não me agradou sonoramente mas tem uma letra que diz algo que sempre passa na minha cabeça.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Frederico - Come back

Eu podia jurar que você não apareceria mais, quando no meio daquela chuva torrencial minha campainha tocou. Jamais imaginei ver seu rosto do outro lado da porta.
A minha vontade era pedir para você me beliscar só para eu ter certeza de que aquilo estava realmente acontecendo, mas seria muita exposição, então, só te convidei para entrar.

- Desculpa aparecer assim tão de repente, mas a chuva me pegou no meio do caminho e eu precisava trocar essa roupa. Tá tudo alagado e...

Tudo bem. Nem precisava se explicar tanto. É claro que você poderá sempre tomar um banho para se aquecer e colocar uma roupa minha enquanto a sua seca atrás da geladeira. Minhas roupas caem tão bem em você...

A partir daquele momento não consegui fazer mais nada. Eu podia ouvir cada gota de água que caia sobre seu corpo no chuveiro. Eu imaginei a água escorrendo, você apertando os olhos e inclinando a cabeça para cima bem embaixo da ducha como eu sei que você gosta de fazer.
Eu vi com a minha mente você se enxugar, se enrolar na toalha e ensaiar para sair do banheiro. Só não imaginei que você teria a audácia de se desembrulhar na minha frente enquanto eu fingia prestar a atenção na TV. Que fascinante!

Meu orgulho me dizia que não, mas eu lutei contra ele. Eu não queria te perder de novo, então deixei que você viesse lenta e amorosamente se encaixar em mim.
Como foi bom saber que não mudou nada e que você continua tão delicadamente sexy e conquistadora.

Fiquei com medo de no final eu mais uma vez acordar e perceber que era só um sonho, mas não foi. E continua.




Obrigada por estar de volta ao meu mundo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Caixas.

"Mudanças são sempre maiores do que o verdadeiro significado da palavra e concluí isso depois que comecei o processo da nossa.
Não entendo como nesse apartamento tão pequeno cabia dois mundos tão diferentes.
São tantas as coisas que denotam isso que eu não sei como pude perceber só agora.
Talvez o amor, a cumplicidade e a aceitação sejam tão grandes que o fato de você gostar de copos finos e eu de xícaras coloridas passa desapercebido.
Hoje, enquanto organizava as caixas, eu pensei em tudo o que eu mais gostava em você.
O seu jeito de odiar mato é uma das coisas.
Você não sabe o quanto eu me divirto toda vez que anuncio que quero acampar e você imediatamente começa a tomar complexo B por conta dos pernilongos; o fato de você odiar o cheiro de legumes no vapor, mas comer sempre a salada que eu faço pro jantar.
Acho que o que mais me encanta é ver você entrar na minha loucura.
Você me acompanha, não faz careta, entra na onda mesmo que seu desejo maior fosse estar dentro de uma casa com ar condicionado e TV à cabo com todos os canais de esporte do mundo.
Você não sabe, mas adoro inventar planos e ter idéias só pra te ver hipnotizado enquanto eu conto e mostro como farei para chegar ao objetivo.
Eu gosto porque sei que na sua cabeça você pensa: Que menina maluca e como eu a amo!

No meio das caixas encontrei aquela capa de chuva que eu havia escondido.
Me lembrei do dia que você chegou em casa todo molhado e sujando a casa toda que havia acabado de ser limpa. Sua cara de preocupado e tentando se desculpar quando eu te surpreendi te abraçando forte e dividindo aquela água toda.
Não vou negar que fiquei brava, mas como eu ia brigar com o cara que não se importou quando vomitei no carro recém comprado após a despedida de solteiro da minha melhor amiga? Impossível.

Adoro seu jeito de cuidar de mim à distância, sem sufocar e nem fazer 'caras'.
Penso que se existe segredo para viver bem e manter a paixão, a gente já descobriu e segue à risca.

Essa é minha segunda mudança com você. A primeira foi a espera: no começo era pelo seu telefonema e hoje é para te ver chegando em casa.

E agora, após embrulhar o apartamento inteiro, entendo que estamos juntos não porque tentamos ser perfeitos, mas porque somos felizes".

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Quando o sofrimento vira clichê.

Pesado, não?
Mas é tão comum que às vezes nem se nota.
O sofrimento virar clichê não é problema, só se torna preocupante quando dura muito tempo.
Criamos uma relação sentimental com muitas coisas: aquele vestido perfeito que manchou, o programa de TV que não passa mais, a banda que se desfez, o amigo que já não o é, o relacionamento que não foi pra sempre.
Essas perdas passam por fases.

Primeiro vem a não aceitação. Você não quer, sua vida não será a mesma, 'não pode acabar assim, sem mais nem menos'... Essa é a fase do exagero.
Pouco tempo depois começa a fase do "querer entender". Você busca explicação por todos os lados e por (à princípio) não aceitar, você precisa encontrar um motivo, daí você cria lógicas para que aquele desespero tenha algum sentido. Você mente para si mesmo.
Resultado: Você sofre. Como sofre!
Chora, se revolta, tem raiva, ódio nível máximo. Você vai até o fundo do poço, bebe aquela água amarga que te faz ter um estalo e volta para a superfície. E tudo à sua volta te leva a explicação mais confortável e simples: FOI ASSIM PORQUE DEUS QUIS.
Com exceção dos ateus, você se conforma com isso e parte para a última parte: A Saudade.

Essa sempre fica e não é sinônimo de sofrimento, mesmo porque ninguém tem saudade de coisa ruim.
É aquela lembrança boa quando toca a música da banda que acabou, quando você vê uma foto daquele vestido lindo que te rendeu tantos elogios ou quando você encontra alguém por quem já foi apaixonada(o) um dia.
Os benefícios que momentos de alegria trazem são tão significantes que superam qualquer tristeza que tenham causado por não mais existir.
E sofrer faz parte do crescimento. Sofrer faz parte da recuperação de um coração partido.
Eu diria mais: é a fase mais importante na vida de uma pessoa. Eu juro!
Quando você sofre, é feita uma limpeza incrível de sentimentos ruins que podem habitar sua alma.
Você finge que não se importa, mas deseja que sua empregada manche o vestido de formatura da filha para que ela nunca mais faça isso com suas roupas.
Qual o problema de chorar por um vestido? Nenhum!
Chore, fique louca, queira entender o porque aquilo aconteceu e depois contente-se com a explicação de que foi porque Deus quis. Pronto. Fim de papo.
E se alguém vir lhe dizer que é bobagem, não dê ouvidos. As lágrimas são suas e você as usa para o que quiser.

O clichê é uma coisa super bonita. É sério!
Tudo é clichê! E não adianta fugir disso, porque fugir também é clichê.

Portanto: Viva, sinta, sofra, aceite, limpe-se e se apaixone - por outra música, por outra roupa, por outra pessoa.
E se no final da sua vida você olhar para trás e perceber que não sofreu por nada, você foi um nada para a vida também.