terça-feira, 30 de abril de 2013

Sob a mesa

A vida é como uma mesa de trabalho.
Daquelas cheias de informações.
Existe nela fotos de pessoas queridas e bons momentos, lembretes, contas à serem acertadas, assuntos diversos para resolver; convites de festas, um calendário para todos os eventos sociais.
Uma bagunça.

E todo dia chegam novos papéis para analisarmos - uma notícia, um problema, uma conta à pagar. E a pilha de pendências vai crescendo.
No meio dessa bagunça, a gente se esquece daqueles amigos que nos mandaram um postal ou deixaram um recado na secretária eletrônica há dias (ou meses) mas devido as urgências diárias, esquecemos de retornar.

O problema da mesa desorganizada é a energia que se acumula lá. As coisas importantes que são passadas para trás pelas coisas urgentes e burocráticas.
Tem aquele cliente que não atendemos direito e precisamos nos retratar. Mas tem um misto de receio e vergonha que nos impede de pedir desculpas ou dar uma satisfação.
Tem a sociedade em potêncial que ficamos com medo - sem motivo - de encarar para ver se dá certo; tem também aquele projeto fantástico que não sai do esboço em papel de rascunho.
E tem, somando tudo isso, a falta de coragem e a preguiça de pagar as contas, jogar fora o que não é mais útil, encarar as novas possibilidades e encerrar os casos que já ganharam o ponto final.

Quando sentar-se à mesa não é mais prazeroso, é hora de por ordem na bagunça.

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