E as canções tocam, e me tocam como jamais alguém conseguirá me tocar.
O show do Radiohead foi algo que demorou para eu entender.
Aquilo era algo muito maior do que eu imaginei viver.
Eu gosto deles, das canções, da dramatização, dos pulsos cortados.
O cd novo não me empolgou tanto, mas mesmo assim queria muito ver um show deles.
E assim, o fiz, no último domingo.
Eu sou desfavorecida de altura, o que me prejudica muito em shows grandes e prejudica as costas dos homens que estão comigo.
Mas não quis ver Radiohead de cima. Fiquei de olhos fechados diversas vezes e senti.
Senti a música vibrar, o coração pulsar e a emoção tomar conta.
Foi como se eu estivesse apaixonada por alguém e esse alguém estivesse à vir me encontrar.
Foi como seu eu fosse frágil e pudesse quebrar à qualquer momento.
'Fake Plastic Trees' tocou. Eu já bem emocionada encostei a cabeça nas costas do Igor, que instantes antes preocupou-se que eu não estava vendo nada.
Pois bem, ele encurvou sua cabeça para trás até encostar na minha e assim ficamos quase toda a canção, quando não mais aguentamos tanta emoção e nos abraçamos cantando em alto e bom som.
Não foi 100 reais, trânsito, lugar cheio, cansaço ou qualquer coisa assim, foi algo maior do que qualquer outro fator que pudesse interferir a viver o momento.
Coisas concretas se vão, bens materias, dinheiro. O poder de vivenciar momentos como esse, como tantos outros onde canções tocam aqueles que estão lá ou em qualquer outro show não podem ser roubados, apagados, esquecidos.
Isso é o que muita gente que não paga esse valor para ver alguém cantar não entende.
Sim, eles são gente como nós, mas têm o dom de emocionar como pessoas como nós não têm.
Aquelas 2 horas e meia foi como se todos os corações estivessem libertos de maldade, de crueldade, de negativismo.
Foi incrível. Foi lindo. Foi tocante.
Foi o show do Radiohead.
Obrigada caras. Obrigada de verdade.
Um comentário:
Oi Patrícia, obrigado pela visita, agora sobre o que você escreveu lá no blog ”Cada vez que eu leio alguma coisa sobre o show, me vem a dúvida se vivi ou não vivi aquilo. Tenho medo que minha memória se apague e eu não consiga sentir aquilo de novo.” Eu tenho humildemente algumas poucas coisas para dizer...
Diferente de você eu, ainda, não entendi o que aconteceu, alguma parte da minha memória editou certos fragmentos, nunca é possível entender tudo com o Radiohead e acho isso maravilhoso, por esse motivo, creio que vá demorar ainda alguns dias para escrever algo sobre os shows (fui no Rio de Janeiro e em São Paulo) e quando isso acontecer nada que eu escreva vai de verdade traduzir o que é um show do Radiohead como os que aconteceram nesta ultima semana, mas vou tentar é só a memória não editar mais fragmentos ou frames...
E sobre isso tenho uma frase que sempre quis usar para quando os shows e a banda chegassem ao Brasil, mas nunca acreditei mesmo que ela fosse ser tão verdadeira: “sobre os shows que vi, não sei, mas muitos dirão que viram os shows, poucos vão conseguir lembrar o que aconteceu e todos vão acreditar que não houve show e ele se tornará uma lenda...”
Isso é amnésia, alias, o nome de um disco da banda, o que combina mais ainda com todo quebra-cabeças Radiohead.
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Legal, você é aluna de comunicação social Rádio e TV, né?
Eu sou formado há dois anos.
Onde você estuda?
Ah, boa sorte, você vai precisar!
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Abraço e mais uma vez obrigado pela visita!
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