terça-feira, 27 de abril de 2010

Por conta da Cecília

E não é que sem perceber tudo muda de lugar, de visão, de controle.
Até ontem eu controlava mais da metade da minha vida, agora não mais.
Não mais porque meu bem estar depende das pessoas ao meu redor.
Não mais porque meu tempo está ligado ao tempo de outros donos descontrolados.
Não mais porque simplesmente cansei de ter controle de tudo.
De nada me adiantou o cuidado para manter certas coisas que eu sempre julguei importantes, em tão pouco tempo percebi que ninguém se importa. Então para que se importar a toa?
Cuide-me tanto para me proteger de ferimentos, levando ao pé da letra aquele refrão que diz "No one will hurt me, No one" e quando percebi estava cheia de arranhões e cortes.
Tive tanto zêlo com minhas idéias e atitudes até que várias pessoas me mostraram idéias tão mais interessantes e atitudes tão mais significativas.
Nada adiantou não sair na chuva sendo que ela me molhou enquanto eu fechava a janela. Então decidi deixar a janela aberta e a porta também. Fiquei à margem da chuva, do sol, do vento e da leve brisa. Fiquei exposta às alegrias, às decepções e a tudo que vier. Bom ou ruim, não importa.
Tive que aprender que não importa quanto tempo eu demore para construir minha barreira de proteção, sempre tem algo ou alguém que vai destruí-la em um segundo.
Aceitei, embora não sem lutar, que render-se é o melhor a fazer.

"Não se preocupe em entender. VIver ultrapassa qualquer entendimento".

Traços.

Uma folha em branco e uma caneta.
É tudo o que eu preciso para mudar todas as coisas ao meu redor.
Tá duvidando?
Eu posso criar o meu cenário preferido, o meu personagem mais exótico e minha canção mais melancólica. Já posso ouvi-la vindo lá do fundo.
E olha quem está vindo também. Vestida de calcinha e sutiã, descalça, com um cigarro na mão, um copo quase vazio de whisky e um cabelo mal preso.
Como é instigante os fios que caem sobre seu rosto!
Uma pausa. Um gole. Um trago.
Próxima da janela, olha o movimento da rua e solta uma gargalhada enérgica, diz ao nada: "Como o mundo é escroto".
Deita-se no chão, deixa cair o copo que derrama o gelo derretido que restava.
Dá o último trago, olha para o lado e uma lágrima corre pela lateral do seu rosto.
Ao seu lado, o remédio para sua dor. Ela engatilha o revolver, o aponta para a cabeça.
Adeus.


p.s.: não houve tempo hábil para dar um nome à ela.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Segunda-feira surpreendendo!

Não sei se é melhor saber que você faz bem à alguém ou estar com alguém que te faz bem... De qualquer forma, tenho os dois!
=)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um salve ao Chico...

E não é o Science, nem o Buarque.
Trata-se do Chico mais comentado dos últimos meses.

Chico Xavier foi muito mais que ele mesmo, caso isso seja possível.
E não é uma afirmação que vem da noite para o dia, é uma confirmação que se deu após uma sessão de cinema.
Confesso que tinha muita curiosidade em ver o filme pelo lado técnico, por conta de ser nacional e por ser Daniel Filho, que adora fazer novela de 2 horas e dizer que é filme.
Mas foi surpreendente, desde a escolha dos planos, da fotografia, da narrativa e da história que amarra a obra do ínicio ao fim.
Não é fácil dissertar sobre um filme, mesmo porque não sou nenhuma crítica de cinema, mas com minha modestia visão profissional, digo com convicção que o filme conseguiu mostrar que Chico foi muito mais que ele.
Aquilo que ele tinha, e tudo aquilo que ele era não cabia dentro daquele modesto corpo coberto com roupas humildes.
Não consegui imaginar ainda como ele pôde suportar com serenidade todas as críticas que sofreu durante tanto tempo. Não sei como ele suportou os maus tratos da infância e toda a repulsa de padres e afins.
Talvez isso esteja muito além da minha capacidade de compreendimento humano, porque me pareceu fortemente que Chico não era humano. Não há como ser.

Não, não sou kardecista, nunca li obras do Chico Xavier e acredito que não lerei. O que eu vi já foi o suficiente.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E eu me rendi ao tal do twitter

Agora posso escrever bastante bobagem lá e guardar os momentos de inspiração aqui.
To sentindo que no fim da tarde terei alguma coisa nova pra dizer.

Eu sou a @patyjatem

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mas hein!

Quando loguei aqui, parecia entrar numa casa cheia de poeira e teias de aranha.
Quanto tempo sem escritas novas.
Quanto tempo sem versos e prosas.
Quanto tempo sem lembrar o prazer de escrever.

E falando em lembrar, ando esquecida.
Talvez pela felicidade que muito sinto ultimamente,
tenho esquecido dos amigos que prometo ligar,
os que chegaram de longe e ainda não fui visitar,
dos amigos que tanto quero ao meu lado.

Esqueci de usar as palavras que tantas vezes me aliviaram a dor,
a dúvida, a pressão, as lágrimas.
Esqueci de me esquecer de quem eu deveria,
do que eu deveria, do que eu queria esquecer.

Quando menos percebi, esqueci. Deixei pra lá.
Aprendi sozinha que mágoas e raivas fazem tanto mal...
E então é melhor jogar tudo por aqui, por ali.
Jogar fora o que é ruim e guardar o que faz bem.

Guardo o aprendizado e jogo em água corrente tudo que não é necessário.
Necessário é ser feliz.