segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre caixas, lembranças, saudades.

E tudo tem um fim.
Fim de um ciclo, fim de uma carreira dentro de uma empresa, fim de um curso, fim de uma história.
Aceitar o fim é começar a recolher tudo que foi vivido.
Você passa em todos os lugares e vai colocando lembranças dentro de uma caixa, limpando o terreno para respirar um ar neutro.
Cada coisa colocada na caixa traz a tona um momento, bom, sempre. Afinal, podemos comparar relações com um álbum de fotografia, só registramos momentos de felicidade.

E daí, aos poucos, enquanto você preenche sua caixa, você vivencia tudo de novo, e a cada momento, uma saudade.

A parte mais difícil é fechar a caixa. Colocá-la na parte mais alta do armário, longe da visão.

Por mais que sabemos que aquilo é necessário, dói aceitar que mais uma caixa deverá ser fechada, para ser lembrada com ar doce e saudoso.

Quanto mais velho você fica, mais difícil se torna enfrentar esse processo. Você começa a reconhecer que é verdade a máxima que diz que não é o tempo, mas a intensidade com que as coisas acontecem que as torna mais ou menos importantes. E de repente uma rápida passagem ocupa uma caixa muito grande.

Recolher é preciso, reconhecer é preciso. Para sentir é preciso que aconteça. É preciso deixar acontecer, mesmo sabendo que pode haver um final, e que vai doer.

- Desculpe, eu não sei o que é ficar cansada de você.

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