Eu também, assim como todo mundo, sou dividida.
Sou metade razão, metade emoção.
Sou metade amor próprio, metade amor aos queridos.
Sou metade desencanada, metade preocupação.
Sou duas metades, sou a junção de dois mundos. De duas culturas, de duas histórias.
Sou metade pai, metade mãe.
Assim sou de forma simples e por vezes notória um alguém bem diferente e esquisito.
Sou metade carência, metade solidão.
Metade silêncio, metade um grito.
Misturo tudo que me forma e crio meu próprio eu.
O eu que imagino, que fantasio, que me alegra.
Eu que faz planos, que desfaz e refaz só para honrar a palavra.
Eu que sinto saudade, que sinto falta, que sinto frio.
Eu que mato todo o sentimento triste tentando fazer alguém sorrir.
Eu que estou junto, mas também estou sozinha e acomodada.
Me tranco no quarto, acendo um incenso e relaxo.
Me tranco no carro, entro no trânsito e me estresso.
Deito na cama, penso, choro.
Vou ao banheiro, lavo o rosto e me maquio.
Deixo a tristeza, a saudade, a decepção no travesseiro.
Saio sem olhar pra trás e sem buscar nada a minha frente.
Busco o meu eu. Aquele que perdi na contra-mão.
E volto a ser quem sou.
Sou eu. Sou assim. Metade loucura, metade calmaria.
E isso já me é o bastante.
That´s All Folks.
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