sábado, 3 de maio de 2008

Sobre a morte.

Quando é chegada a hora, nos damos conta das coisas que ficaram para trás.
Das alegrias, das tristezas, das emoções.
Nos damos conta do tempo que não volta. Do tempo que se perdeu.
A dor da saudade invade, e o coração grita por clemência pelo pedaço que se foi e não vai mais voltar.
Pela parte que morre junto com quem amamos.
E a vida perde o sentido por um tempo. Nos perdemos para sempre, caminhando por uma estrada que não sabemos onde vai dar. E nela, também não tem como fazer um caminho novo.
Andamos sem direção pela vida. Apenas vivemos. Apenas continuamos a respirar, a caminhar, a escolher e a sofrer.
Vendo ir embora pedaços de nossa alma até o dia que toda ela se vai junto com a matéria que a sustenta.
Nos perdemos num caminho e ao olhar pra trás nos assustamos com tamanha diferença que separa o hoje do ontem e que certamente será diferente amanhã.
E caminhar sem um pedaço da alma começa a ser mais pesado, mais difícil, mais triste.
E nada é igual.
E as cores que um dia foram tão vivas, assumem um tom pastél.
E suportar a dor é carregar o peso de todos os momentos que deixamos cair no esquecimento, sem a sensibilidade de sentir o quanto vale.

Se existe uma ordem, que ela se desordene em si mesma e que a saudade não esteja nem no começo e nem no fim.

"Mas não existe perda, existe movimento".

That´s All Folks and Soul.

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