sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Fim.

Voltando hoje para casa, em frente à uma faculdade de Guarulhos, para ser mais exata num ponto de ônibus, vi um corpo estirado no chão. Um corpo de um homem, sem a camisa (que deviam ter tirado para a massagem cardíaca) e estavam tentando reanimá-lo. Uma pessoa no celular estava ao lado, talvez ligando para uma ambulância.
Não vi o rosto, haviam muitas pessoas ao redor, mas percebi que se tratava de um homem com uma idade madura, talvez uns 40 anos.
Tudo bem, talvez uma vida que se encerra, talvez uma recuperação milagrosa. Não sei.
Mas junto com essa vida que talvez se encerrou hoje, se encerraram planos de uma esposa e de filhos para a viagem de fim de ano; encerrou-se uma promoção para um bom funcionário; a função de uma empresa encerrou-se.
Encerrou-se a vida de um pai-herói, encerrou-se a vida de um marido companheiro. Começou os medos de uma mãe cautelosa.
Pode ser banal para quem vê, para quem lê... Mas só entende, e sente, quem já passou por isso.
Não é fácil recomeçar. Na verdade você nunca Re-começa, você continua. Por força brutal da vida, você simplesmente continua.
As coisas sempre voltam à minha cabeça quando essas coisas acontecem, e se acentuam nessa época do ano.
Eu digo isso, porque eu não recomeçei, tampouco começei. Eu apenas estou vivendo.

Disfarço a tristeza, disfarço minha timidez, disfarço meus medos, minhas crises, disfarço minha carência e a falta de força.
No final disso tudo, acabo por viver disfarçando, ao invés de disfarçar o que eu estou vivendo.

"Nós estamos tão acostumados a nos disfarçar dos outros que acabamos nos disfarçando de nós mesmos."
(La Rochefoucauld)

That´s All Folks

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